segunda-feira, novembro 07, 2005

A poesia iraquiana



Ficou pra trás a cidade intacta.

Posto sob nuvens e fumaça

meu olhar repousa.

E vejo crianças,

as que têm pernas,

correndo nuas sob a ameaça das chamas:

vigilantes indefesas da alma.

Onde diabos há

o abaixo assinado dos reclusos?

Atrás de mim, não o que deixei,

mas o por vir.

Meus olhos buscam sobreviventes,

agonizantes...restos da cidade;

puxaram a tomada da vida,

da infância.

E pagaremos eternamente o preço

de ter existido.